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Estava eu, ontem, no meio de transporte coletivo (mais conhecido como ônibus e carinhosamente chamado de busão) de minha cidade e comecei pensar sobre os fatores que o tornam "coletivo", ou seja, o que as pessoas que o utilizam têm em comum (além do fato de quererem ir a algum lugar).
Comecei a observar as pessoas "coletivas a mim" naquele busão, a grande maioria dormia, muitas estavam em seu mundo musical com algum tipo de MP3 nos ouvidos, umas poucas liam ou observavam o trajeto, o fato é que umas estavam completamente indiferentes a existência das outras. Como se fizessem questão de fingir que aquela pessoa que está ali, carregada, em pé no corredor não existisse! O próprio cobrador é ignorado, sim, aquela pessoa que libera ou não o acesso das pessoas a roleta é solenemente ignorado, as pessoas agem como se um "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite" fosse extremamente difícil de dar e como se estivessem depositando o seu dinheiro em uma máquina qualquer.
Um celular toca, de repente rompe-se o silêncio, uma senhora atende e começa a conversa mais gritada que eu alguma vez presenciara..
- ALÔ FULANA!! TUDO BEM?- TO TE OUVINDOO, PODE FALAR!!! -a gritaria seguinte, despertou até o sono mais profundo
- O QUE? A VERÔNICA TA NO PRONTO SOCORRO?? DISSERAM QUE É HEMORRÓIDA?? - começam a surgir risos contidos, alguns fingiam que a música estava engraçada, outros atribuíam a graça aos livros o fato é que todos prestavam cada vez mais atenção pra saber o destino de Verônica.. a conversa(gritada) prosseguiu
- AH MEU DEUS!!! É GRAVE?? FAZ O SEGUINTE, EU TO CHEGANDO EM CASA DAQUI A POUCO, VOU PEGAR O CARTÃO DE VACINAÇÃO DELA E VOU JÁ PRA LÁ!! TA BOM? TCHAU - ao desligar o telefone e percebendo que o cobrador e algumas pessoas estavam com os olhos arregalados e se perguntando qual seria a necessidade do cartão de vacinação a senhora, agora constragida, comentou
- Verônica é a minha cadelinha...
Logo tudo voltou ao "normal" no mundo da indiferença, as pessoas voltaram aos afazeres de sua não coletividade... e, claro, ignorando SOLENEMENTE o ambulante que tentava vender cicrete, bala hausee e 5 paçoquinhas a 1 real.
"O Contrario do amor não é o ódio mas, sim, a INDIFERENÇA"